A jornada de um profissional da saúde começa na universidade, permitindo que ações que salvam vidas sejam aplicadas, como aconteceu durante a pandemia
Os profissionais da saúde sempre foram vistos como partes fundamentais para a sociedade, mas essa noção foi ainda mais aprofundada durante a pandemia.
Médicos (de todas as áreas), enfermeiros e técnicos de enfermagem atuaram diretamente na linha de frente contra a covid-19.
Embora muitas pessoas não resistiram ao vírus por conta da ausência da vacina, muitos outros foram salvos e recuperados graças aos esforços das equipes de saúde.
Esses profissionais se colocaram em risco todos os dias para ajudar a população, mesmo sob forte pressão, esgotamento físico e mental, privação social e desrespeito por parte de negacionistas da doença.
Uma jornada tão difícil como esta trouxe luz à importância de todas as etapas envolvidas na construção profissional do ramo, começando pelos cursos na área da saúde.
O oferecimento das graduações, assim, ganhou novas camadas de mérito e inegável relevância.
Acesso à informação confiável e científica
As fake news são um problema que vêm assombrando a sociedade há algum tempo, mas isso se tornou particularmente preocupante durante a pandemia. A disseminação de informações falsas ou tendenciosas custou a vida de muitas pessoas.
Em 2020, a nova variação do coronavírus que assolou o mundo ainda era relativamente desconhecida.
Com médicos e cientistas correndo contra o tempo para entender a doença e desenvolver uma vacina para combatê-la, eles eram as únicas fontes confiáveis de verdade sobre o assunto.
Na TV, jornais, revistas, rádios e portais de notícia, era comum encontrar o depoimento de inúmeros profissionais da saúde para falar sobre a pandemia.
Alguns, inclusive, se tornaram muito conhecidos, como o microbiologista Atila Iamarino, o epidemiologista Pedro Hallal e a imunologista Ester Sabino.
Foram os profissionais da saúde, dentro e fora da mídia, os grandes responsáveis por orientar a população sobre como se proteger do vírus, incluindo o uso de máscara, higienização das mãos e isolamento social.
Nas salas de aula de cursos na área da saúde, os professores e estudantes fizeram o possível para contribuir com o bem-estar local de suas comunidades.
Adotando um novo olhar prático e teórico em relação ao valor de suas atuações e formas de conduta diante de um cenário tão devastador. Por conta de tudo isso, apesar do volume de mortes, muito mais vidas foram preservadas.
Assistência psicológica
A pandemia trouxe consequências maiores do que apenas o risco para a integridade física. A propagação do coronavírus trouxe efeitos devastadores à economia, educação, crimes de violência doméstica, entre outros problemas.
Com isso, muitas pessoas tiveram o psicológico profundamente afetado durante os dois últimos anos. Os motivos foram diversos: a tensão da situação, morte de entes queridos, desemprego, solidão causada pelo isolamento social, perda do poder de compra e etc.
A busca por atendimento psicológico, portanto, cresceu muito. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 29,33% dos brasileiros foram atrás de assistência psicológica em 2020.
Como sair de casa não era uma opção, a oferta de terapia remota, com a ajuda de plataformas de vídeo-chamada, foi bem grande.
Como nem todos tinham condições financeiras de arcar com os custos de consultas particulares, várias iniciativas gratuitas foram disponibilizadas.
As oportunidades foram oferecidas pelo SUS, empresas privadas, ONGs e por instituições que oferecem ingresso à faculdade de psicologia.
Nesta última, o corpo docente e discente das instituições se uniram para atender a população da melhor maneira, a fim de amenizar sintomas de estresse, ansiedade, depressão e outras condições mentais.
Mesmo após os piores momentos da pandemia, ainda existem diversos programas de atendimento psicológico gratuito, muitos deles oferecidos pelos representantes dos cursos universitários.
Acesso à educação e à assistência social
Antigamente, os cursos na área de saúde eram oferecidos por poucas instituições de ensino. Conseguir fazer parte deles também não era nada fácil, devido aos processos seletivos difíceis e altos valores das mensalidades.
Por conta disso, faculdades como a de medicina, psicologia, nutrição, odontologia e o curso de enfermagem eram considerados “cursos de rico”.
Isso trazia uma perspectiva elitizada da saúde, não somente em relação a seus profissionais, mas também no que diz respeito ao atendimento.
Antes de 1988, quando o SUS (Sistema Único de Saúde) foi criado, a taxa de mortalidade no Brasil era assustadora – especialmente entre a população pobre e as crianças.
De acordo com a revista Saúde em Debate, do Centro Brasileiro de Estados da Saúde (Cebes), mais de 1,4 milhões de crianças morreram por causas evitáveis entre 1972 e 1976 em todo o país.
As mortes eram associadas à desnutrição, saneamento básico, difteria, coqueluche, tétano, poliomielite e doenças diarreicas.
Ao longo do tempo, com a reforma da Constituição Federal, lançamento do SUS e políticas que facilitam o acesso à educação, esses números diminuíram e a área da saúde se tornou um ambiente muito mais democrático e acessível.
Com a ajuda de vestibulares, financiamentos, programas estudantis e iniciativas públicas e privadas, pessoas de todas as classes têm mais oportunidades para entrar na faculdade, inclusive em cursos na área da saúde, algo que parecia tão inatingível há alguns anos.
Por isso, vale frisar que os profissionais da saúde têm um papel fundamental para o bem-estar da população, sendo importante lembrar que esse trabalho começa ainda na sala de aula, com professores e estudantes dedicados e apaixonados pelo o que fazem.
Quando as universidades oferecem esses cursos e coletivizam o ingresso à formação, toda a sociedade tem a ganhar, desde o âmbito educacional à prática de políticas públicas que salvam vidas – seja em épocas de pandemia ou não.
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