Está pensando em entrar no mundo da fotografia? Veja as principais informações que precisa antes de fazer o curso e ingressar no mercado de trabalho
Muitas pessoas pensam que, para começar na fotografia, é necessário apenas uma câmera ou celular.
A verdade é que o trabalho é muito mais complexo do que pode parecer, envolvendo elementos artísticos, históricos e até antropológicos em sua execução.
Para desmistificar algumas questões sobre a profissão, entenda mais sobre o curso de fotografia e o mercado de trabalho para a área.
Como é o Curso de fotografia?
Na maioria dos casos, a formação de um fotógrafo se dá por um curso de fotografia na modalidade de tecnólogo, com duração de dois anos. Também existem algumas opções de bacharelado (graduação de quatro anos).
Como ocorre em muitas áreas, as aulas de fotografia costumam ser divididas entre conteúdos teóricos e práticos.
Antes de poderem segurar uma câmera e usá-la, de fato, os alunos precisam aprender alguns conceitos importantíssimos, como processos de linguagem e história. Conhecimentos que tornarão a prática mais consistente e embasada.
A grade curricular varia de acordo com a instituição de ensino, mas as disciplinas mais comuns são:
- História da Fotografia
- Arte, Cultura e Fotografia
- Semiótica da Imagem
- Linguagem Fotográfica
- Princípios Práticos da Fotografia
- Planejamento e Direção de Fotografia
- Fotografia e Mercado
- Princípios Práticos da Fotografia
- Iluminação e técnicas Avançadas
- Produção Experimental de Fotografia, etc.
Mesmo em cursos tecnólogos, os estudantes devem entregar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para que seja possível obter o diploma.
Depois do tecnólogo ou bacharel, é indicado que os fotógrafos nunca parem de estudar. O mercado está em constante movimento, com novas tecnologias e tendências importantes, então sempre se manter atualizado é fundamental.
Cursos extras, palestras, workshops e eventos vão garantir mais conhecimento e enriquecer o currículo.
Mercado de trabalho
Em 2014, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou a proposta (PL 2176/11) que regulamenta a profissão. No entanto, um projeto de lei aguarda a deliberação do Plenário desde abril de 2019.
Desta forma, fotógrafos trabalham em grande parte das vezes de maneira independente, sem um órgão específico para cuidar de seus interesses.
Profissionais que atuam em veículos de comunicação não se encaixam na categoria, visto que são caracterizados como repórteres fotográficos, regulamentados pelo Decreto-Lei 972/62.
Essa autonomia faz com que a profissão seja bastante versátil, com diversas oportunidades de fotografia à vista:
- Retrato
- Infantil
- Família
- Social (eventos)
- Artística
- Moda
- Viagens
- Subaquática
- Paisagem
- Arquitetônica
- Culinária
- Documental
- Astronômica
- Esportiva
- Fotojornalismo
- Publicitária, etc.
E devido a enorme necessidade da fotografia em várias áreas, é um grande diferencial o profissional ter conhecimentos práticos fotográficos ou ter feito o curso de fotografia, principalmente para alunos da faculdade de jornalismo e/ou da faculdade de publicidade e propaganda.
Equipamentos
Obviamente, os fotógrafos devem ter bons equipamentos para trabalhar. Se atuam como autônomos, os próprios profissionais precisam fazer esse investimento.
Dependendo da área de atuação, as câmeras e lentes ficam mais caras. Na fotografia esportiva, por exemplo, as máquinas precisam ser poderosas o suficiente para captar os atletas em pleno movimento e com a melhor resolução possível.
Com isso, tripés, flashes e rebatedores também são instrumentos importantes.
Muitos fotógrafos, principalmente os que estão em início de carreira, têm recursos limitados e usam câmeras mais simples e materiais alternativos para os ensaios.
Em alguns casos, o talento do profissional consegue atingir a qualidade necessária, mas o mais indicado mesmo é que os equipamentos sejam adequados às atividades.
A escolha dos apetrechos varia muito de acordo com o tipo de trabalho, e é no curso de fotografia que os alunos aprendem todos os detalhes sobre aparelhagem e ferramentas.
Divulgação
Por ter um trabalho puramente visual, é indispensável que um fotógrafo tenha um portfólio para divulgar seu trabalho.
Hoje em dia, as redes sociais são uma ferramenta poderosa para ganhar notoriedade, mas também é interessante que os profissionais tenham sites destinados a esse propósito, isso pode dar uma noção maior de seriedade e credibilidade.
Outro ponto recomendado é ter em mãos um portfólio físico, como um livro, revista ou álbum. Fotos impressas podem causar outra sensação nas pessoas e garantir ainda mais clientes.
Os portfólios devem guardar os projetos mais notórios e que possam transmitir com clareza o estilo de trabalho do fotógrafo. Também precisam ser constantemente atualizados para sempre terem coisas novas para mostrar ao público.
Quanto ganha um fotógrafo?
Assim como os demais aspectos da fotografia, a remuneração é bastante variável e depende da atuação do profissional.
Em tese, é possível ganhar de R$ 1.000 a R$ 20.000, dependendo do projeto, nível de complexidade, horas trabalhadas, quantidade de fotos, equipamento exigido, experiência, etc.
Se o fotógrafo for autônomo, vale lembrar que os custos para a execução do trabalho, na maioria das vezes, ficam por sua conta. Fatores como equipamentos, ferramentas de edição, itens de estúdio, pagamento de possíveis assistentes, etc.
Dependendo do projeto, os clientes se responsabilizam pelos gastos de locomoção, alimentação, estúdio e hospedagem (se necessário), o que já alivia o bolso do fotógrafo e possibilita trabalhar com boa margem de lucratividade.
É importante lembrar, porém, que nada disso é uma garantia. O pagamento e maiores detalhes da proposta podem mudar de acordo com cada situação e o ideal é que o negócio realizado tenha algo documentado, seja um contrato, emissão de nota fiscal, etc.
Portanto, é preciso considerar todos esses aspectos para precificar as atividades, considerando mão de obra e materiais necessários. É fundamental negociar com o cliente para encontrar um valor justo para ambos.
Mais importante ainda é o fato de que a fotografia se tornou um trabalho praticamente atemporal, pois não possui sazonalidade, é insubstituível na divulgação visual de produtos, eventos e serviços, e torna claro que nunca é tarde para se formar no curso de fotografia, mas que quão antes começar, mais experiência e trabalhos poderá adquirir.
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