Novo comportamento ligado ao mercado de trabalho está sendo motivo de discussões em diversas empresas. Saiba aqui tudo sobre o Quiet Quitting!
O Covid-19 abalou profundamente os países ao redor do mundo. Não apenas com o alto risco de mortalidade da doença, mas com mudanças no modo de vida que trouxeram diversas transformações, sobretudo em relação ao trabalho.
A necessidade do isolamento social, fez a maioria das empresas se adaptarem às pressas para o regime de home office, o trabalho remoto. A partir de então, a barreira entre vida pessoal e vida profissional foi deixando de existir ou, no mínimo, ficando muito tênue.
Por um lado, o medo de perder o emprego e, por outro lado, a dificuldade das empresas em fiscalizar o cotidiano de trabalho dos funcionários em casa, levou a um aumento significativo das tarefas e consequentemente a extensão do horário de expediente.
E uma vez que o trabalho passou a ocupar o mesmo ambiente da casa, não haveria motivos para não responder aquele e-mail ou atender a uma ligação.
Essa situação em que a produtividade no trabalho é o principal, levou diversas pessoas a serem diagnosticadas com burnout e a desenvolver outros problemas psicológicos ligados ao trabalho.
Diante disso, diversos trabalhadores começaram a pensar mais em sua saúde mental e a desejarem outras realizações além do trabalho. Esse fenômeno está ocorrendo principalmente com pessoas das gerações Z e Millennials.
Foi nesse contexto que o termo quiet quitting surgiu na internet e ganhou grandes proporções no mundo do trabalho.
Quiet quitting, a nova tendência do mercado
O termo, que pode ser traduzido como “demissão silenciosa”, apareceu primeiro em um vídeo postado por Zaid Khan em suas redes sociais, que em seguida se espalhou rapidamente pela internet virando assunto ao redor do mundo.
Apesar do que pode parecer, esse comportamento não é um simples desejo por ser demitido ou de infelicidade no trabalho. Pelo contrário, Zaid, que é engenheiro e tem apenas 24 anos, explica que trata-se apenas de impor limites entre o trabalho e a vida pessoal.
Em sua análise, o trabalho não pode ser a parte mais importante da vida, ocupando todo o tempo e disposição das pessoas. Por isso, o conceito propõe que apenas as tarefas normais sejam cumpridas, as mais essenciais do ofício, respeitando o que foi definido no contrato.
Sem aceitar sobrecarga de tarefas e jornadas estendidas, o trabalhador pode dedicar mais tempo para outras atividades e não mais viver apenas em função do seu emprego.
Com essa proposta, Zaid busca questionar a visão tradicional de que o trabalho deve ser a maior realização da vida de uma pessoa. Mostrar que momentos com a família, amigos, um hobby qualquer, também são fundamentais para a felicidade do ser humano.
Após a popularização do vídeo, algumas pesquisas começaram a serem feitas para saber as condições de trabalho e saúde mental nas empresas. Nos EUA, foi averiguado que 53% dos trabalhadores sentem-se esgotados, sendo que a hora extra representa 44% dos motivos indicados.
Demissões e mudança de carreira
Os fundamentos do quiet quitting já estão sendo sentidos em diversos lugares. Jovens e adultos entre 20 e 40 anos estão pedindo demissão de seus empregos, gerando uma onda de demissão bastante expressiva.
Essa decisão está amparada no desejo de buscar um emprego que ofereça melhores condições de trabalho, sobretudo que permitam mais equilíbrio entre a profissão e outras áreas da vida.
E uma das ocupações mais procuradas é o trabalho como profissional freelancer. Essa modalidade caracteriza-se por ser muito flexível, pois dá mais liberdade para o trabalhador decidir a quantidade de tarefas que irá assumir.
Além disso, por não ter um horário fixo e a obrigatoriedade de estar na empresa, fazem dessa modalidade uma das mais atrativas aos mais jovens.
Por isso, a inscrição em cursos de graduação que possuem bastante procura por freelancer cresceu nos últimos tempos, como é o caso dos profissionais formados no curso de Mídias Digitais.
Desafios no mercado profissional
A relação entre empresas e empregados está sendo impactada diretamente por esse novo comportamento. Por isso, é um sinal de que esse relacionamento precisa ser avaliado e alterado.
O acúmulo de funções, hora extra com muita frequência, prazos muito apertados, enfim, a sobrecarga de tarefas em um único funcionário pode ser indicativo de que é necessário investir na contratação de uma pessoa ou ao menos distribuir melhor as demandas.
A construção de um ambiente mais harmônico, com incentivo ao diálogo e empatia entre todos os colaboradores, é um meio pelo qual as empresas podem valorizar os seus profissionais, tornando o trabalho um lado mais positivo de suas vidas.
Por outro lado, imprevistos que levam ao aumento de tarefas por um curto período são normais de acontecer em qualquer empresa. E nesse caso é importante que os trabalhadores também sejam compreensíveis.
Portanto, embora o quiet quitting não seja uma prática consolidada, é um sinal de alerta para empresas e empregados buscarem construir relações de trabalho mais saudáveis e que promovam benefícios para ambas as partes.
E para aqueles mais jovens que ainda estão na faculdade, mas não podem abrir mão do seu emprego, um passo interessante é verificar a possibilidade de optar por cursos a distância.
O que, atualmente, algumas universidades têm oferecido. Como é o caso da Unit e sua graduação em EAD. Esse modelo de ensino mantém a mesma qualidade do presencial, mas permite maior flexibilidade e adaptação à rotina de quem trabalha.
Possibilitando maior qualificação curricular com comodidade e tecnologia, e, conciliando com as novas práticas profissionais, agregando maior qualidade de vida.
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